Ester contou que no primeiro dia na escola em que trabalha foi repreendida por uma diretora por causa do cabelo e da forma como se vestia.
Em São Paulo, a polícia investiga uma denúncia de racismo que teria começado por causa do cabelo de uma jovem. Quem conta é o repórter José Roberto Burnier.
Ester tem 19 anos e trabalha como estagiária em um colégio da Zona Sul de São Paulo, desde o início de novembro. Na função de assistente de marketing, ela atendia pais interessados em matricular os filhos na escola. Ester contou que logo no primeiro dia foi repreendida por uma diretora por causa do cabelo e da forma como se vestia.
“‘Como você pode representar o nosso colégio com esse seu cabelo crespo? O padrão aqui é cabelo liso e eu tenho que zelar pela boa aparência’. Depois ela falou que também estava encomendando duas camisetas para cobrir o meu quadril, porque para onde os pais iriam olhar?”, lembra.
A estagiária disse também como respondeu à insistência da diretora para que ela alisasse ou prendesse o cabelo: “A senhora me desculpa por ser negra, se para a senhora isso é um grande problema, eu te peço desculpa, mas eu não posso ser branca nem ter o cabelo liso”.
Ester denunciou o caso no dia 24 do mês passado na Delegacia de Crimes de Racismo e Delitos de Intolerância e contou que depois disso foi isolada pelos colegas e transferida de função. Em vez de atender ao público, passou a trabalhar no arquivo da escola.
A diretora não quis gravar entrevista. Mercedes Vieira representante do colégio disse que tudo não passou de um mal-entendido e que a regra para todos que trabalham na escola é prender o cabelo e usar uniforme.
“Parece que houve um ruído na comunicação, ela não entendeu direito e aí começou o problema. A escola não tem preconceito. Nós trabalhamos com os nossos alunos exatamente o contrário, quer dizer: o respeito à pessoa”, garantiu.
Postado por: Alessandra Fabres Cunha
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