Racismo no Brasil é, no mínimo, uma atitude de ignorância as próprias origens. Qual é o antepassado do “verdadeiro brasileiro”? Indígena (os primeiros povos a habitar a terra do ‘Pau Brasil’)? Os negros (que foram trazidos para trabalhar como escravos e, ainda, serviram de mercadoria para seus senhores)? Os portugueses (que detém o status de descobridores desta terra)? Porém, pode ser a miscigenação de todas as raças, como vemos hoje? Afinal de contas, aqui se instalaram povos de todos os lugares do mundo. Portugueses, espanhóis, alemães, franceses, japoneses, árabes e, ultimamente, peruanos, bolivianos, paraguaios, uruguaios e até argentinos vivem neste país que hospitaleiro até demais com os estrangeiros e, muitas vezes, hostil com sua população.
Atualmente, a população brasileira faz parte do ‘vira-latismo’ mundial. Quantas pessoas mestiças nascidas no Brasil você conhece ou, pelo menos, já viu? Quantas vezes você ouviu alguém dizer que...”meu avô era africano, minha avó espanhola”, ou então...”meu pai é japonês e minha mãe é árabe”? Quando representantes ‘tupiniquins’ participam de eventos esportivos ou sociais, o que vemos são pessoas de diferentes raças, mas apenas um sangue, somente uma paixão, o Brasil.
O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Os alvos, mesmo que inconscientemente, sempre são os mesmos. Negros, mestiços, nordestinos, pessoas fora do padrão da moda, ou seja, obesos, magrelas, altos demais, baixos ou anões e, principalmente, os mais pobres sofrem com a discriminação e não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito. Estes não têm vez na sociedade brasileira!
Para exemplificar isso, basta visitar as faculdades, os pontos de encontro (como bares, danceterias, teatros e cinemas) ou, até mesmo, se tiver mais coragem, verificar o revés da história, ou seja, favelas e presídios. Claramente, nesses lugares, este racismo hipócrita e camuflado vem à tona e causa espanto em muitas pessoas que não ‘querem’ encarar a verdade dos fatos.
Segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sentir humilhada, desprezada, discriminada, etc...por sua cor de pele, religião, opção sexual...pode recorrer a um processo judicial contra quem cometeu tal atrocidade. Mas, neste país, a verdade é que ninguém encara isto seriamente e quando atitudes idênticas a do jogador Grafite, do São Paulo Futebol Clube, acontecem causa estranheza nas pessoas. Grafite está errado em exigir seus direitos? Certamente, não! Mas, na verdade este fato deve ser de alento para que todos lutemos por vagas nas faculdades públicas, trabalho e, conseqüentemente, respeito! Porém, sem ter de passar pela humilhante condição de “cotas para negros” ou programas de televisão sensacionalistas que exploram a distinção racial e social para ganhar audiência. A cota tem de estar disponível para quem não tem condições de cursar uma faculdade paga. Mas, para que isto ocorra é necessário que haja uma reforma no ensino, com o objetivo de se melhorar e valorizar as escolas estaduais e municipais, para que seus alunos possam “brigar” por vagas em universidade gratuitas. A somatória de notas pela vivência escolar pode ser uma solução para o caso, contudo, mesmo assim, tem de acontecer uma reconstituição de educação no Brasil.
Voltando ao caso “Grafite”, dois fatos ficaram mal explicados e precisam ser explicados. O primeiro se refere ao fato de que se prática de racismo, no Brasil, é crime inafiançável, Desábato não poderia ter sido libertado mediante pagamento de fiança. Se o argentino pôde escapar, daqui para frente todos que forem indiciados neste artigo terão o mesmo direito. A outra preocupação é com a ação de alguns brasileiros que banalizam o acontecimento e começam a utilizar as palavras agressivas do zagueiro do Quilmes para hostilizarem os brasileiros, mesmo sendo mestiços e negros. Pior do que a atitude do argentino foi a do torcedor que jogou uma banana no campo do Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), no jogo da seleção brasileira contra a Guatemala. Isto é repugnante! Ainda neste pensamento, outro fato negativo, é que há jornalista esportivo no Brasil desdenhando de toda esta situação e, ainda, se posiciona contrário a atitude do atacante do tricolor. Isto é um absurdo! Um formador de opinião não pode cometer tal heresia.
Daqui para frente, tudo tem de ser diferente! O brasileiro tem de valorizar e acreditar em suas virtudes, para que um dia este país tenha condições de lutar com igualdade pelos seus direitos e por todos nós, além de almejar um posto de destaque no cenário mundial. Caso contrário, seremos sempre o país do futebol, do melhor corredor de automobilismo, da melhor ginasta, do melhor carnaval, mas, nunca teremos cadeira fixa nos conselhos mundiais, como a Organização das Nações Unidas, que definem as regras econômicas e comerciais vigentes.
Texto de:Ilidio Teixeira
Atualmente, a população brasileira faz parte do ‘vira-latismo’ mundial. Quantas pessoas mestiças nascidas no Brasil você conhece ou, pelo menos, já viu? Quantas vezes você ouviu alguém dizer que...”meu avô era africano, minha avó espanhola”, ou então...”meu pai é japonês e minha mãe é árabe”? Quando representantes ‘tupiniquins’ participam de eventos esportivos ou sociais, o que vemos são pessoas de diferentes raças, mas apenas um sangue, somente uma paixão, o Brasil.
O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Os alvos, mesmo que inconscientemente, sempre são os mesmos. Negros, mestiços, nordestinos, pessoas fora do padrão da moda, ou seja, obesos, magrelas, altos demais, baixos ou anões e, principalmente, os mais pobres sofrem com a discriminação e não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito. Estes não têm vez na sociedade brasileira!
Para exemplificar isso, basta visitar as faculdades, os pontos de encontro (como bares, danceterias, teatros e cinemas) ou, até mesmo, se tiver mais coragem, verificar o revés da história, ou seja, favelas e presídios. Claramente, nesses lugares, este racismo hipócrita e camuflado vem à tona e causa espanto em muitas pessoas que não ‘querem’ encarar a verdade dos fatos.
Segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sentir humilhada, desprezada, discriminada, etc...por sua cor de pele, religião, opção sexual...pode recorrer a um processo judicial contra quem cometeu tal atrocidade. Mas, neste país, a verdade é que ninguém encara isto seriamente e quando atitudes idênticas a do jogador Grafite, do São Paulo Futebol Clube, acontecem causa estranheza nas pessoas. Grafite está errado em exigir seus direitos? Certamente, não! Mas, na verdade este fato deve ser de alento para que todos lutemos por vagas nas faculdades públicas, trabalho e, conseqüentemente, respeito! Porém, sem ter de passar pela humilhante condição de “cotas para negros” ou programas de televisão sensacionalistas que exploram a distinção racial e social para ganhar audiência. A cota tem de estar disponível para quem não tem condições de cursar uma faculdade paga. Mas, para que isto ocorra é necessário que haja uma reforma no ensino, com o objetivo de se melhorar e valorizar as escolas estaduais e municipais, para que seus alunos possam “brigar” por vagas em universidade gratuitas. A somatória de notas pela vivência escolar pode ser uma solução para o caso, contudo, mesmo assim, tem de acontecer uma reconstituição de educação no Brasil.
Voltando ao caso “Grafite”, dois fatos ficaram mal explicados e precisam ser explicados. O primeiro se refere ao fato de que se prática de racismo, no Brasil, é crime inafiançável, Desábato não poderia ter sido libertado mediante pagamento de fiança. Se o argentino pôde escapar, daqui para frente todos que forem indiciados neste artigo terão o mesmo direito. A outra preocupação é com a ação de alguns brasileiros que banalizam o acontecimento e começam a utilizar as palavras agressivas do zagueiro do Quilmes para hostilizarem os brasileiros, mesmo sendo mestiços e negros. Pior do que a atitude do argentino foi a do torcedor que jogou uma banana no campo do Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), no jogo da seleção brasileira contra a Guatemala. Isto é repugnante! Ainda neste pensamento, outro fato negativo, é que há jornalista esportivo no Brasil desdenhando de toda esta situação e, ainda, se posiciona contrário a atitude do atacante do tricolor. Isto é um absurdo! Um formador de opinião não pode cometer tal heresia.
Daqui para frente, tudo tem de ser diferente! O brasileiro tem de valorizar e acreditar em suas virtudes, para que um dia este país tenha condições de lutar com igualdade pelos seus direitos e por todos nós, além de almejar um posto de destaque no cenário mundial. Caso contrário, seremos sempre o país do futebol, do melhor corredor de automobilismo, da melhor ginasta, do melhor carnaval, mas, nunca teremos cadeira fixa nos conselhos mundiais, como a Organização das Nações Unidas, que definem as regras econômicas e comerciais vigentes.
Texto de:Ilidio Teixeira
Desigualdade racial no mercado de trabalho diminui pouco no Brasil
A desigualdade racial no mercado do trabalho no Brasil diminuiu, mas os negros continuam recebendo salários menores e as mulheres negras são maioria entre trabalhadores sem carteira e empregados domésticos.
Segundo a pesquisa "A População Negra em Mercados de Trabalho Metropolitanos", do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos), divulgada nesta quinta-feira (18), cresceu a participação dos negros no mercado de trabalho, seja empregados ou procurando emprego. O maior crescimento foi registradoem Belo Horizonte (de 58,5% para 61,5%) e Porto Alegre (de 6% para 58,3).
Já a taxa de desemprego segue atingindo mais os negros - que são maioria entre a população em idade ativa (10 anos ou mais) - do que os não-negros nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo). A maior taxa foi verificada em Salvador (26,9%) e o menor índiceem Belo Horizonte (21,9%). Já entre os não-negros as taxas de desemprego ficaram em 18,4% e 17,2%, respectivamente.
Mesmo quando tem nível superior, o negro tem mais dificuldade em conseguir um emprego.Em Porto Alegre , a taxa de desemprego entre os negros com ensino superior é 2,5 pontos percentuais maiores do que entre os brancos. Nas demais cidades, a situação é a seguinte: Salvador, 2,2 pontos percentuais; Distrito Federal, 1,6; Recife, 0,9; São Paulo, 0,8; e Belo Horizonte, 0,5.
Quanto aos salários a desigualdade também é grande. Em Salvador, os negros ganham quase metade do que os não negros -em média R $ 575,00 enquanto os não negros recebem R$ 1.148,00. A tendência permanece mesmo entre os negros com curso superior, que recebem, em média, 20% menos que os não negros.
"A desigualdade do negro em relação ao não-negro diminuiu porque o mercado de trabalho foi pouco gratificante para todo mundo, em especial para o não-negro", disse Antônio Ibarra, coordenador da pesquisa, à Agência Brasil.
Mulheres
As mulheres negras são maioria entre trabalhadores sem carteira e empregados domésticos ou trabalhos familiares ou não -remunerados. Cerca de metade das trabalhadoras negras ocupam vagas no chamado trabalho vulnerável,em São Paulo (50,7%), Salvador (53,1%) e Recife (50,9%). Em Belo Horizonte o índice vai a 46,4%; em Porto Alegre , 47,5%; e no Distrito Federal, 41%.
Ainda segundo a pesquisa do Dieese, as mulheres negras recebem salários menores e, em média, trabalham mais. A jornada média mensal, no Distrito Federal, por exemplo, é de 38,4 horas para as negras e 38 horas para as mulheres brancas.
Além disso, o rendimento por hora das mulheres negras corresponde a não mais do que 60% do recebido pelos homens não negros. Para exemplificar, em Salvador, elas recebem por hora 38,8% do que os homens brancos. Já as não negras recebem o equivalente a 81,5%. As informações são da Agência Brasil.
Segundo a pesquisa "A População Negra em Mercados de Trabalho Metropolitanos", do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos), divulgada nesta quinta-feira (18), cresceu a participação dos negros no mercado de trabalho, seja empregados ou procurando emprego. O maior crescimento foi registrado
Já a taxa de desemprego segue atingindo mais os negros - que são maioria entre a população em idade ativa (10 anos ou mais) - do que os não-negros nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo). A maior taxa foi verificada em Salvador (26,9%) e o menor índice
Mesmo quando tem nível superior, o negro tem mais dificuldade em conseguir um emprego.
Quanto aos salários a desigualdade também é grande. Em Salvador, os negros ganham quase metade do que os não negros -
"A desigualdade do negro em relação ao não-negro diminuiu porque o mercado de trabalho foi pouco gratificante para todo mundo, em especial para o não-negro", disse Antônio Ibarra, coordenador da pesquisa, à Agência Brasil.
Mulheres
As mulheres negras são maioria entre trabalhadores sem carteira e empregados domésticos ou trabalhos familiares ou não -remunerados. Cerca de metade das trabalhadoras negras ocupam vagas no chamado trabalho vulnerável,
Ainda segundo a pesquisa do Dieese, as mulheres negras recebem salários menores e, em média, trabalham mais. A jornada média mensal, no Distrito Federal, por exemplo, é de 38,4 horas para as negras e 38 horas para as mulheres brancas.
Além disso, o rendimento por hora das mulheres negras corresponde a não mais do que 60% do recebido pelos homens não negros. Para exemplificar, em Salvador, elas recebem por hora 38,8% do que os homens brancos. Já as não negras recebem o equivalente a 81,5%. As informações são da Agência Brasil.
Postado por: Alessandra Fabres Cunha
Disponível em: http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/2004/11/18/ult82u5440.jhtm
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