domingo, 11 de dezembro de 2011

Considerações Gerias - Módulo III

Observa-se que o tema abordado no Módulo III, em linhas gerais, diz respeito essencialmente ao racismo/racialismo e sua “evolução” ao longo da história.

De fato, falar sobre racismo requer grau de compreensão apurado sobre diversos fenômenos que regem o cotidiano de um país cuja diversidade étnica é muito acentuada.

Não obstante ser um tema de alta complexidade, como bem expressa o texto de introdução da unidade: “...fenômeno híbrido e multifacetado, que se combina como outros fenômenos...”, pode-se se dizer que ficou claro que tal conceito não se torna evidente apenas em questões de discriminação e ódio racial, mas também em outros segmentos da sociedade, como também em determinados ambientes de trabalho, p.ex.

Todavia, sob a ótica de uma concepção a contrário sensu, o racismo, por mais repudiado que seja, acabou por fortalecer os grupos, que por sua vez acabaram por se unirem e, consequentemente, tornarem-se fortes para combaterem e superar (ou pelo menos possuírem subsídios para tentar) as diversidades/adversidades inicialmente enfrentadas.

Indo mais adiante, temos a evolução histórica bem como os diversos questionamentos sobre discriminação racial no Brasil.

Fatidicamente, foi impossível evitar, após a abolição da escravatura em 1888, o “afloramento” de manifestações preconceituosas (advindas do preceito já existente e até então ocultas) sobre os negros e mestiços, mesmo sendo estes a “raça dominante” no país.

Nota-se que naturalmente surgiu a competitividade pelo mercado de trabalho, pelo espaço social-político, porém mesmo assim a repressão era fator sempre presente, o que, consequentemente, levou à implementação de medidas para amenizar o quadro em questão, tais como a Lei da Nacionalização do Trabalho de 1930.

Imperioso destacar a busca por uma análise bastante aprofundada no que diz respeito às desigualdades raciais, sua evolução histórica, os reflexos no mercado de trabalho, na vida social e as medidas que devem ser tomadas (e estão, ainda que vagarosas), avaliando as perspectivas dos cidadãos não brancos e a inclusão social destes.

De fato, pode-se dizer que foi fundamental realizar uma abordagem detalhada sobre os diversos aspectos que norteiam as desigualdades raciais no Brasil, tomando por base o esquema analítico desenvolvido pelos sociólogos Carlos Hasenbalg e Nelson do Vale Silva (HASENBALG E SILVA, 2005 p. 38-40), de modo que dessa forma pode-se ter uma noção do problema enfrentado e, mais ainda, diante de tal estudo, o qual trouxe subsídios para o desenvolvimento de medidas que possam ao menos minimizar o impacto das desigualdades, traçar metas consistentes para diminuir ainda mais essas diferenças, sendo certo que o objetivo é o extermínio das mesmas.

No que tange à trajetória de evolução do movimento negro no Brasil, bem como sua ascensão, levando-se em conta as dificuldades enfrentadas, mister destacar a influência positiva da participação da Frente Negra Brasileira, sendo certo que o surgimento da mesma é marco inicial do primeiro ciclo de mobilização do movimento negro no país.

Nota-se ainda o surgimento, ou “aparecimento”, de diversas entidades e redes de ativistas negros, tais como a União dos Homens de Cor (UHC), o Teatro Experimental do Negro (TEN), entre outras, bem como movimentos negros de grande expressão como o Movimento Negro Contra a Discriminação Racial e o Black Power.

Nesse contexto, cumpre ressaltar ainda a evolução das conquistas auferidas pela mobilização negra, principalmente no que tange à disputa pelo Estado Democrático de Direito, ou seja, a luta por conceitos fundamentais da democracia, sendo estes a idéia de universalidade, liberdade e igualdade, bem como de participação e representação política.

Por derradeiro, impende frisar que, muito embora ainda haja muito que ser feito, principalmente no que diz respeito à implementação de políticas publicas efetivas, que visem realmente a diminuição das diferenças raciais evidentes no país, pode-se afirmar que, felizmente, nos deparamos com pessoas realmente interessadas em por um ponto final nessas desavenças, indivíduos esses que carregam a bandeira da igualdade, da fraternidade, e que, acima de tudo, por mais tortuoso que seja o caminho, não desanimam e não cansam de lutar por um Brasil sem desigualdades, com oportunidades para todos.

Postato por: Leandro Favaris Reis

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