domingo, 1 de abril de 2012

Quilombolas - Os Prisioneiros do Eucalipto



Os descendentes dos escravos negros são donos, por direito, do antigo território de Sapê do Norte, formado por grande parte dos municípios de Conceição da Barra e São Mateus.

E grande parte destas terras foi tomada, à força ou por processo de sedução com falsas promessas de vida boa na cidade, pela Aracruz Celulose, empresa que se instalou com favores dos governos da ditadura militar, e mantidos até hoje por todos os governos.

Mas os que conseguiram resistir e manter suas escassas propriedades na região, ilhados pelos eucaliptais, são vítimas da violência da empresa. Violência que se manifesta com emprego de milícia armada, com cobertura das polícias Militar e Civil, até contra os que catam restos de eucalipto, inservíveis para produção de celulose, para fazer carvão destinado a uso doméstico ou para pequenas vendas destinadas a garantir a subsistência, vez que não têm terras para produzir nem outros meios para ganhar dinheiro.

Os quilombolas enfrentam outro tipo de violência: a Aracruz Celulose lança enormes quantidades de agrotóxicos em suas plantações. Os venenos matam gente, e destroem a terra, água, solo, fauna e flora. A Aracruz está à frente na destruição ambiental, mas os quilombolas são também prejudicados pelos plantios de cana, como os da Disa.

Produzimos uma série de reportagens sobre este tema, a primeira delas de Rogério Medeiros, iniciada na revista eletrônica Século, e com sequencia em Século Diário. Ela mostra o mal causado pelo uso indiscriminado destes agrotóxicos. Manoel Florentino, 88 anos, está cego por causa do veneno. E perdeu um irmão cujo organismo não fora suficientemente forte, como o dele, para preservar-lhe a vida.

Mas este não é um caso isolado. Outros vieram à tona com a série que está em desenvolvimento. Em todos eles, marcas semelhantes: desrespeito à vida humana e ao meio ambiente.

Os quilombolas não estão parados. Lutam pela retomada do que é seu. É uma longa história de lutas, sem prazo para acabar.

Para maiores informações e esclarecimentos sobre a trajetória do caso, acessem o link: http://www.seculodiario.com.br/selos/prisioneiros_eucalipto/index.html

Postado por: Leandro Favaris Reis

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