quarta-feira, 30 de maio de 2012

Diferenças entre os gêneros no mercado de trabalho



       Ao tratarmos sobre as possíveis diferenças entre os gêneros masculino e feminino um dos primeiros pontos que são levantados são a questão da intelectualidade e da sentimentalidade.
    Essa diferenciação para alguns é determinada biologicamente, para outros uma predisposição e, para terceiros, pode ainda ser simplesmente uma determinação cultural. No entanto, é evidente a olhos nus a existência de diferenças emocionais, o que por si sói já é capaz de explicar determinadas diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
         Ao analisar algumas pesquisas com relação aos setores trabalhistas fica evidente que as mulheres possuem maior participação, por exemplo, nas áreas de recursos humanos e educação, enquanto homens atuam preferencialmente nas áreas tecnológica, industrial e de engenharia. Em geral, homens são alocados em tarefas que envolvem cálculos, enquanto as mulheres são enquadradas em habilidades relacionais.
       Tangendo a questão trabalhista no que compete a gênero é válido apontar que, no Município de Mimoso do Sul, assim como em tantas outras diversas cidades brasileiras, há um determinado direcionamento de mulheres e de homens para determinados setores. Alega-se que o fato ocorra por não existir no município muitos segmentos de grandes indústrias e campo para capacitação. É comum em grandes centros a presença de mulheres em ocupações ditas masculinizadas. Talvez a cultura de interior seja o motivo pelo qual não encontremos mais mulheres em profissões como taxistas, advogadas, soldadoras, garis, motoristas ou contadoras em nossa cidade.
          Em nosso município, tendo dois ambientes de trabalho como exemplo fica evidente que em um escritório de contabilidade (ramo trabalhista que envolve cálculos) a presença de mulheres se resume apenas a possíveis clientes, onde, segundo relato de um freqüentador assíduo do escritório, o contador chefe já passou pela situação de poder contratar uma mulher e não o fez por opção própria e de nosso não conhecimento. Nosso inconsciente, porém, nos faz deduzir que tal acontecimento pode ser puramente uma opção pessoal ou, na pior das hipóteses, o exemplo vivo da crença na determinação cultural de que mulheres não são as mais indicadas para as áreas técnicas que envolvem cálculos.
         Em contrapartida, evidenciando a “exclusa” masculina e usando como exemplo uma das maiores lojas de roupas do município, pode ser constatado que somente mulheres, embora o proprietário da loja pertença ao gênero masculino, atuam como vendedoras, tendo em vista o carisma, a simpatia, a atenção e a afetividade dedicadas ao gênero feminino, o que, aparentemente, evidencia a crença de que as mulheres têm mais tolerância e empatia para enfrentar o vaivém de cliente e aceitam gastar mais tempo com a argumentação técnica no momento da venda. Outro exemplo onde prevalecem as mulheres são nos consultórios médicos e laboratórios de análises clínicas, ambientes onde é exigida uma relação mais humanizada do que técnica.
           A utilização de tais exemplos é capaz de evidenciar com clareza a suposta aptidão das mulheres para as atividades que envolvem emoção, afetividade e sensibilidade e a dos homens para as áreas sensíveis ao raciocínio constante.
         Analisando sobre outro ponto de vista, observam-se casos de discriminação também na área trabalhista. Em uma pesquisa realizada com algumas pessoas moradoras de Mimoso do Sul, houve um relato onde uma mulher negra à procura de emprego, entregou seu currículo em um estabelecimento. Foi prontamente informada pelo atendente que as vagas de faxineira já haviam sido preenchidas. O interessante é que o mesmo nem se deu ao trabalho de olhar o currículo e nem a mulher de falar para qual cargo estava se candidatando. Vê-se nitidamente um racismo e preconceito enraizado no pensamento cotidiano. Em outro caso ocorrido em uma cidade vizinha, um edital estabelecia 3 vagas para determinado cargo. A segunda colocada não foi chamada por ser mulher. A desculpa era que a mesma não estava apta para o cargo que exigia força física. Lembrando que o edital não mencionava nada de restritivo. Esses são alguns casos de muitos que ficam omissos aos olhos da sociedade mimosense.



Texto/Pesquisa: Evylane Silva Medina/Alessandra Fabres Cunha
Postado por: Evylane Silva Medina/Alessandra Fabres Cunha

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