Ao tratarmos
sobre as possíveis diferenças entre os gêneros masculino e feminino um dos
primeiros pontos que são levantados são a questão da intelectualidade e da
sentimentalidade.
Essa diferenciação para alguns é
determinada biologicamente, para outros uma predisposição e, para terceiros,
pode ainda ser simplesmente uma determinação cultural. No entanto, é evidente a
olhos nus a existência de diferenças emocionais, o que por si sói já é capaz de
explicar determinadas diferenças entre homens e mulheres no mercado de
trabalho.
Ao analisar algumas pesquisas com
relação aos setores trabalhistas fica evidente que as mulheres possuem maior
participação, por exemplo, nas áreas de recursos humanos e educação, enquanto
homens atuam preferencialmente nas áreas tecnológica, industrial e de
engenharia. Em geral, homens são alocados em tarefas que envolvem cálculos,
enquanto as mulheres são enquadradas em habilidades relacionais.
Tangendo a questão trabalhista no que
compete a gênero é válido apontar que, no Município de Mimoso do Sul, assim
como em tantas outras diversas cidades brasileiras, há um determinado
direcionamento de mulheres e de homens para determinados setores. Alega-se que
o fato ocorra por não existir no município muitos segmentos de grandes
indústrias e campo para capacitação. É comum em grandes centros a presença de
mulheres em ocupações ditas masculinizadas. Talvez a cultura de interior seja o
motivo pelo qual não encontremos mais mulheres em profissões como taxistas,
advogadas, soldadoras, garis, motoristas ou contadoras em nossa cidade.
Em nosso município, tendo dois
ambientes de trabalho como exemplo fica evidente que em um escritório de
contabilidade (ramo trabalhista que envolve cálculos) a presença de mulheres se
resume apenas a possíveis clientes, onde, segundo relato de um freqüentador
assíduo do escritório, o contador chefe já passou pela situação de poder
contratar uma mulher e não o fez por opção própria e de nosso não conhecimento.
Nosso inconsciente, porém, nos faz deduzir que tal acontecimento pode ser
puramente uma opção pessoal ou, na pior das hipóteses, o exemplo vivo da crença
na determinação cultural de que mulheres não são as mais indicadas para as
áreas técnicas que envolvem cálculos.
Em contrapartida, evidenciando a
“exclusa” masculina e usando como exemplo uma das maiores lojas de roupas do
município, pode ser constatado que somente mulheres, embora o proprietário da
loja pertença ao gênero masculino, atuam como vendedoras, tendo em vista o
carisma, a simpatia, a atenção e a afetividade dedicadas ao gênero feminino, o
que, aparentemente, evidencia a crença de que as mulheres têm mais tolerância e
empatia para enfrentar o vaivém de cliente e aceitam gastar mais tempo com a
argumentação técnica no momento da venda. Outro exemplo onde prevalecem as
mulheres são nos consultórios médicos e laboratórios de análises clínicas,
ambientes onde é exigida uma relação mais humanizada do que técnica.
A utilização de tais exemplos é
capaz de evidenciar com clareza a suposta aptidão das mulheres para as
atividades que envolvem emoção, afetividade e sensibilidade e a dos homens para
as áreas sensíveis ao raciocínio constante.
Analisando sobre outro ponto de
vista, observam-se casos de discriminação também na área trabalhista. Em uma
pesquisa realizada com algumas pessoas moradoras de Mimoso do Sul, houve um
relato onde uma mulher negra à procura de emprego, entregou seu currículo em um
estabelecimento. Foi prontamente informada pelo atendente que as vagas de
faxineira já haviam sido preenchidas. O interessante é que o mesmo nem se deu
ao trabalho de olhar o currículo e nem a mulher de falar para qual cargo estava
se candidatando. Vê-se nitidamente um racismo e preconceito enraizado no
pensamento cotidiano. Em outro caso ocorrido em uma cidade vizinha, um edital
estabelecia 3 vagas para determinado cargo. A segunda colocada não foi chamada
por ser mulher. A desculpa era que a mesma não estava apta para o cargo que
exigia força física. Lembrando que o edital não mencionava nada de restritivo.
Esses são alguns casos de muitos que ficam omissos aos olhos da sociedade
mimosense.
Texto/Pesquisa: Evylane
Silva Medina/Alessandra Fabres Cunha
Postado por: Evylane
Silva Medina/Alessandra Fabres Cunha
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