quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A luta dos Gêneros

Segundo a cultura , classe social e momento histórico, as convenções de gênero sofrem variações. A diferença sexual é suporte da identidade de gênero. Desta forma, as distinções anatômicas e biológicas entre homens/mulheres traçam uma linha divisória entre estes, destinados a terem emoções, condutas e vocações distintas. Há uma expectativa social em como homens/mulheres devem se vestir, andar, falar, lutar, sentar, brincar, dançar, namorar, gerenciar ou chefiar outras pessoas, dentre outras atividades. Estes fatores, jeitos de ser ou agir são ensinados desde a infância e reforçados ao longo da vida. A decisão de alguém em romper com esta determinação biológica e cultural, pode gerar violência, perseguição e discriminação, seja na área social, trabalhista ou sexual.Desta forma, somos nós homens e mulheres que rompemos com estas normas , pois somos nós que ditamos e determinamos ao longo da história e cultura os modos /classificação de convivência social, não existindo, na verdade, um padrão universal para comportamento sexual ou gênero que seja considerado normal, certo, superior ou melhor. Gênero é modo como a sociedade constrói representações sobre o homem/mulher. São expectativas em relação ao homem/mulher. Condição de gênero indica o que é ser homem/mulher e não a anatomia dos corpos. O gênero é o ser homem /mulher, enquanto sexo diz respeito a anatomia dos corpos, características físicas. As ciências sociais indicam identidades masculinas e femininas e não construções biológicas, são culturais. São diferenças entre homem/mulher por meio de relações sociais que se dão na história.Dentre as autoras para desenvolvimento do gênero destaca-se Joan Scott, sendo uma de suas publicações o texto “Gênero” uma categoria útil de análise histórica. A espécie humana é essencialmente dependente da socialização, sendo que determinadas culturas podem não enfatizar uma relação entre sexo e personalidade. Quando masculino maior agressividade , enquanto feminino mais suavidade e delicadeza. O ambiente escolar pode ser citado como exemplo em que se verifica divisão entre comportamentos masculinos/femininos. Assim, a divisão sexual do trabalho começa a ser moldada na infância, com divisão de tarefas e espaços, distribuídos entre meninos e meninas- ao estimular meninos/meninas assumirem atitudes e espaço diferentes- para elas o doméstico; para eles espaço público, que vem influenciando na inserção profissional futura.
A sexualidade é o termo abstrato para fazer referência às capacidades associadas ao sexo, como por exemplo; do mesmo sexo, do sexo oposto, segundo características atribuídas ao corpo, atitude e comportamento. Em sentido amplo é igual a sexo, que é inerente ao prazer do corpo, sentidos. Assim , vivenciamos nossas necessidades e desejos sexuais como algo irraigado em nós- parte fundamental da nossa individualidade e para manter-nos sob controle são inventadas regras necessárias ao bem estar pessoal e organização da vida em sociedade. A família, a escola, religião, ciência , a lei e o governo esforçam-se para determinar o que é sexo e o que ele deve ser, esforçam-se para estipular quando, como, onde e com quem se pode fazer sexo.Tais regras, regras em concordância com a “verdade” profunda do sexo, que são também construções sociais. O desenvolvimento normal da sexualidade conduz a união homem/mulher par formar uma família , na qual são criados futuros homens e mulheres para repetir o ciclo e reproduzir a sociedade, do qual é chamado heteronormatividade. A sexualidade não é questão de institutos, mas processo do desdobramento em condições, históricas e culturais específicas.
A identidade de gênero é a percepção subjetiva do ser masculino/feminino, conforme comporta comportamento e papéis convencionalmente estabelecidos para homens/ mulheres, independe do sexo biológico e da orientação sexual. Foi utilizada para designar transtornos de identidade de gênero- desconforto criado pela divergência entre sexo atribuído ao corpo e identificação com sexo oposto. Nos últimos anos, outros campos da ciência, bem como próprias pessoas que se identificam como : Homossexuais (pessoas atraídas por outra do mesmo sexo), transexuais (pessoas que se identificam com gênero diferente daquele que foi imposto a partir do nascimento, a ponto de muitas delas, mas nem todos, fazerem mudanças radicais corporais, como mudança de sexo), transgêneros ( é o termo usado por algumas pessoas para reunir em uma só categoria os transformistas, travestis (pessoas que se vestem e vivem cotidianamente como pessoas do sexo oposto) e transexuais) e intersexuais (pessoas que apresentam sexo ambíguo).
A orientação sexual refere-se ao sexo das pessoas que elegemos como objeto de desejo futuro, que são: heterossexual (atração física/emocional por pessoas de sexo oposto); homossexualidade ( atração física/emocional por pessoas do mesmo sexo) e bissexualidade (atração física/emocional tento pelo sexo oposto quanto por pessoas do mesmo sexo).
Resumindo, sexualidade e gênero são dimensões que integram a identidade pessoal de cada indivíduo, ajudando organizar sua vida individual/coletiva das pessoas.
O movimento feminista é considerado como responsável por grandes transformações ocorridas na segunda metade do século XX. Este movimento rompe com a subordinação do corpo e da vida da mulher aos imperativos da reprodução, sendo marco principal no Brasil o direito ao voto feminino.O movimento feminista brasileiro foi importante força social para despertar consciência das mulheres para seus problemas e questões que as cercam e as afetam direta e indiretamente. A primeira resposta do Estado foi a criação da Delegacia Especializada de Atendimento em São Paulo – 1985 . O tema abordado é polêmico e diretamente ligado a questões culturais que influenciam na vida social das pessoas. A diferença entre homem/mulher diminuiu bastante, mas ainda reina no meio laborativo. A prova maior deste fato é a inclusão de uma tipificação penal – inclusão do artigo de lei que faz menção ao Assédio Sexual / Moral e Lei Maria da Penha, fortemente praticados em face da maioria esmagadora de mulheres, sem falar da diferença salarial que ocorre em muitos cargos ocupados por homens e mulheres. Apesar da conquistas pelos movimentos feministas e outros movimentos sociais, ainda reina no nosso meio a discriminação entre homem/ mulher. Sem contar que ainda há o medo de denunciar este fato, seja por meio de perda do emprego ou medo de externar a público qualquer tipo de agressão seja ela física, moral, sexual ou de violência. A igualdade figura no Texto constitucional como direito fundamental a partir da constituição Federal de 1988.Mas, apesar desta garantia constitucional, na vida cotidiana persistem obstáculo ao cumprimento desta determinação, seja no trabalho, esfera política/econômica/cultural ou privada - mulheres ainda sofrem seja de autonomia sexual, reprodutiva, sobrecarga de responsabilidades, segregação ocupacional, discriminação salarial, baixa presença no âmbito político, etc.... Quanto ao Desenvolvimento/redução da pobreza, o Brasil foi um dos Países que mais cresceram no século XX.O percentual de pobres no Brasil reduziu pela metade em 15 anos, sendo que a redução foi mais acentuada entre mulheres negras e idosas. É importante lembrar que as mulheres que apresentaram as maiores taxas de inserção na população economicamente ativa. Políticas públicas contribuíram para recente redução de pobreza no Brasil: valorização do salário mínimo, aumento cobertura social via Benefício de prestação Continuadas de Assistência Social/Lei Orgânica de Assistência Social e ampliação das políticas de transferência de renda. Exemplo: bolsa família que beneficia mulheres como responsáveis por receber benefício. Para reduzir pobreza extrema é preciso ter coragem e avançar com sistema de proteção social. Já com relação a transferência demográfica, esta é um fenômeno único na história humana de forma sincrônica com desenvolvimento econômico social – processo de expansão quantitativa da divisão social do trabalho. Em 2008, existiam 5 milhões de mulheres a mais que homens, havendo um equilíbrio entre sexos até a idade de 20 anos e uma proporção crescente nas faixas mais velhas da população. A população brasileira passou de 17 milhões no ano 2000, devendo atingir 220 milhões em 2040, havendo previsão para 2050 de 218 milhões de habitantes.A redução de taxas de mortalidade e aumento da esperança de vida são pré-condições para desenvolvimento econômico e bem estar da população. A Educação é direito fundamental da cidadania na construção da democracia , reconhecida pela Carta Magna Nacional a partir de 1988. Note-se que apesar da diminuição da desigualdade de gênero na educação as desigualdades sociais ainda persistem. Houve redução diferencial de estudo entre brancos e negros: passou de 56% em 1993 para 31% em 2007.A ampliação acesso à educação mais especialmente de 0 a 03 (creches) é essencial para facilitar acesso das mulheres ao mercado de trabalho.
A transição da fecundidade no Brasil ocorreu a maior presença feminina no mundo da educação e trabalho extradoméstico. Os últimos dados demonstram fecundidade de mulheres brasileiras está entre 1,8 e 1,9 filhos por mulher. As famílias apresenta tendência de queda de medidas em cresce a urbanização, níveis escolaridade, inserção da mulher no mercado de trabalho, aumento grau escolaridade/formalidade emprego, cobertura de previdência, níveis de renda, melhoria nas condições de habitação, saneamento, dentre outros. A rebelião da mulheres é responsável pelo aceleramento do ritmo transição.para haver aumento excedente social e avanço na disponibilidade per capita de bens e serviço, são necessários incorporação de progressos tecnológicos, aumento do nível de informação, inovação do conhecimento e crescimento qualitativo do capital humano. O fato de mulheres ganharem menos do que homens, mesmo tendo maiores níveis educacionais, reflete persistência na desigualdade de gênero. A diferença de renda é reforçada com desigualdade no âmbito regional e local de domicílio.Exemplo: mulheres do Nordeste tem menores salários do país. Em seguida aparecem homens do Nordeste e mulheres do Norte. Já homens do Sul, Sudeste e Centro-Oeste tem rendimentos maiores. As desigualdades de gênero acontecem onde ambos os sexos possuem rendimentos mais baixos. Já com relação a emprego, o homem pode optar por um que o afaste maior parte do dia da rotina familiar, enquanto que a mulher , precisa, em geral, conciliar trabalho e família. Verifica-se, assim que somente 51% de homens realizam afazeres domésticos , enquanto mulheres é de 90,6%. No meio político, apesar de termos uma Presidenta da República, ainda é mínima a participação de mulheres no topo dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. No âmbito da Administração Pública Federal, as mulheres são a maioria no funcionalismo público, mas participam menos nos cargos de chefia e assessoramento superior. Com relação a matéria violência, s indicadores mostram que 23% das mulheres estão sujeitas a violência doméstica, bem como que 70% dessas agressões ocorrem dentro de casa e o agressor é o marido ou companheiro. Infelizmente, agravante é o medo , ou seja, não denúncia dos atos de violência por parte da vítima e receio à forma como será atendida na Delegacia ou serviço de saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário